Laços sociais são críticos para sobrevivência e adaptação, e portanto, têm implicação direta na saúde.
Como avaliar isso? Biomarcadores são ferramentas objetivas para quantificar fenômenos biológicos, gerando evidência para aspectos “subjetivos” da existência humana. Um estudo recente* avalia biomarcadores em períodos de formação de vínculos e mostra que durante os primeiros 4-6 meses de uma relação amorosa, marcadores plasmáticos mostram padrão semelhante, em menor escala, ao de pais de primeira viagem durante os primeiros 6 meses após nascimento do filho. Níveis de ocitocina (vínculo), beta-endorfina (recompensa) e IL-6 (estresse/sistema imunológico) são mais altos nesses dois grupos do que em solteiros sem vínculo amoroso, e correlacionados a outras medidas de sincronia afetiva.
Os sistemas de filiação, de recompensa e de gestão do stress são altamente complexos, e estes resultados publicados recentemente podem fornecer um primeiro passo para o entendimento da inter-relação entre esses sistemas durante a formação de ligações afetivas.
O uso de biomarcadores permite, de maneira objetiva, quantificar o envolvimento dos sistemas neuro-hormonal e imune nas relações afetivas de adultos saudáveis.
Traduzindo, relações de afeto têm impacto positivo sobre nossa saúde, e isso pode ser medido em testes de laboratório. Um desses marcadores é a ocitocina, cujo papel na regulação de ansiedade é inegável.
Traduzindo: relacionamentos que envolvem afeto podem ter impacto positivo sobre nossa saúde. A afeição física, como abraços e carinhos, libera a ocitocina, o marcador da conexão, que pode ser quantificado em testes de laboratório. A evidência do papel da ocitocina na regulação da ansiedade é inegável. A ocitocina também está envolvida na modulação da qualidade do sono, saciedade e controle do estresse.
O contato carinhoso é tão necessário para uma vida saudável que sofremos quando não conseguimos o suficiente. Cuidar bem dos nossos relacionamentos é um ato de autocuidado!
Cuidar bem das nossas relações é um ato de auto-cuidado!
*Ulmer-Yaniv et al. / Brain, Behavior, and Immunity 56 (2016) 130–139.
Por Carolina Tuma
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